sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Bandido bom é bandido morto (mas depende do bandido - versão 2019)



Bandido bom é bandido morto
Mas a regra não se aplica ao ministro que recebeu caixa 2 da JBS

Bandido bom é bandido morto
Mas a regra não se aplica ao pastor neopentecostal que usa a igreja para lavar dinheiro, roubar os fiéis e praticar charlatanismo

Bandido bom é bandido morto
Mas a regra não se aplica ao senador que homenageia e emprega milicianos no seu gabinete, que defende a legalização das milícias e que usa seu motorista como laranja

Bandido bom é bandido morto
Mas a regra não se aplica a ministra que sequestra uma criança indígena
Bandido bom é bandido morto

Mas a regra não se aplica aos que usam terno e gravata e apoiam o governo fascista instituído no país

Bandido bom é bandido morto
Mas a regra só se aplica aos pobres, pretos, favelados, quilombolas, indígenas, LGBTs e qualquer um que posicione contra os bandidos que tomaram o poder

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

um novo amor

Surdo
Mudo
Covarde
Acomodado

Não questiona
Não denuncia
Não produz
Não muda
Não luta

Não vence

Amor
fraco
ilusório
medroso

Amor
Que não é ação
Ociosa
Guardado
Frio
Não pode ser amor

É
Alimento do preconceito
Irmão da opressão
Cúmplice da discriminação

Estamos
Fartos
Cansados
Exaustos

Necessitamos
Urgente
Depressa
Hoje
Agora

De um novo amor

Questionador
Revolucionário
Corajoso
Firme
Livre

Não desse amor fundado no medo
Que é gesto
Um amor transformador

domingo, 20 de setembro de 2015

cego

ele era tão insensível
mas tão insensível
que não conseguia
perceber um palmo
diante dos seus privilégio

colheita

Semear amor
Enquanto chove ódio
É tarefa árdua
Mas é importante saber
Que o tempo da colheita
Sempre vem

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

palavras gastas

as palavras estão ficando gastas
andamos gastamos muitas palavras

nas redes sociais
gastamos muitas palavras

escrever muito
gasta as palavras

revolução é uma palavra gasta
amor livre são duas palavras gastas

viver muito
fortifica as palavras

é preciso viver muito
escrever menos

terça-feira, 8 de setembro de 2015

A bola e o coração

Em uma cidade em guerra
o chute ao gol daquela criança
nunca se converteu em comemoração
pois a bala do fuzil furou a bola e o coração

A bola que não cruzou
a linha imaginária que dividia
o campo e o gol
nunca mais rolou

O coração que cruzou
a linha real que dividia
a vida e a morte
se calou para sempre

Como permanece em silêncio a maioria
que não se importa com o massacre
que cala tantos corações
todos eles
tão negros, tão pobres, tão jovens

insone

A insônia
te leva
te traz
te leva e
te traz
de volta
até despertar
sentimentos
que até o coração
já havia esquecido